quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Curiosidade - Hino da África do Sul

Para vocês não acharem que sou extremamente ranzinza e que só leio o texto de outros jornalistas para criticar, segue uma boa indicação abaixo, de um artigo que li hoje de Rafael Pirrho, direto da África do Sul, no Blog do Renato Ribeiro (Globo.com). Cliquem em "Play" no vídeo e tenham uma boa leitura.



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Vocês já pararam pra pensar na complexidade de um país com 11 idiomas oficiais como a África do Sul? Aqui funciona assim: o sujeito está lá vendo uma partida de futebol na televisão, narração em Inglês, quando de repente outro narrador assume o microfone e começa a contar o jogo em Zulu ou Sesotho. Acontece também na novela – os personagens mudam de língua numa mesma cena e surge uma legenda em Inglês para não deixar ninguém boiando.

Por causa desta variedade de idiomas, quase todo mundo aqui sabe pelo menos dois deles. Esta, aliás, é uma característica comum a praticamente todo o continente. Centenas de milhões de africanos aprendem suas respectivas “línguas da colonização” (normalmente inglês, francês ou português), mas não abandonam seu idioma de origem – até preferem usá-lo nas conversas entre eles.

Sim, língua é também identidade. E se a África do Sul pós-Apartheid queria construir um Estado plural, por que privilegiar apenas uma ou duas delas? Decidiu-se então que o país teria 11 idiomas oficiais. Mas como fazer o hino deste novo país?

Não dava para manter o antigo hino em Afrikaans, dos brancos de origem holandesa. Fazê-lo todo em Inglês também não adiantava, porque apesar de este ser o idioma mais falado do país é a língua-mãe de menos de 10% da população. Decidiu-se então por uma canção híbrida. A primeira estrofe, em Xhosa e Zulu, é um trecho de “Nkozi Sikelel’iAfrika” (”Deus abençoe a África”, em português), uma música que serviu como hino dos negros desde o início do século 20. A segunda estrofe é em Sesotho. A terceira, em Afrikaans, é uma parte do hino anterior. E a quarta é em Inglês.

O filme “Invictus”, sobre o Mundial de Rugby de 1995, que acaba de estrear no Brasil, conta um pouco dessa história, com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela (que é da etnia Xhosa).

Durante a Copa das Confederações, a FIFA experimentou tocá-lo parcialmente, como é de praxe em suas competições. Acabou causando uma grande polêmica por aqui, porque ninguém queria ver seu “pedaço” de fora. No fim das contas, o hino da África do Sul é como o país – cheio de diversidade, de divisões, mas muito bonito. Para ouvi-lo basta clicar no vídeo acima."

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