No futebol, uma ideia foi muito difundida nos últimos anos: torcedor no comando não costuma dar muito certo. Eles trocam os pés pelas mãos, tomam atitudes sem respaldo da razão e deixam totalmente de lado o futebol como negócio e como empresa. Isso até vale uma postagem futura, mas hoje vou destacar um outro aspecto.
O extremo deste ideal esteve estampado nos noticiários desta semana. O destaque deveria ser pela festa do carnaval, mas foi pelo total fanatismo de uma instituição idealizada por torcedores que supera qualquer barreira do racional.
Quando será que a Liga das Escolas de Samba vai punir severamente a Gaviões da Fiel? Uma escola que, para quem entende de carnaval - grupo no qual não me incluo -, faz um trabalho magnífico na avenida, mas que possui, na minha opinião, igual competência para esculhambar um evento festivo e evidenciar a total falta de espírito esportivo.
Todos os anos em que eles não levam o título é a mesma coisa. O ambiente de apuração, que deveria estar com clima de tensão, alegria e ansiedade, se mistura à violência, vandalismo, discussões e brigas.
O pior de tudo é que isso não parte dos torcedores, mas dos dirigentes, embora estes sejam, no fundo, torcedores de sua própria marca. Mas aí a gente volta a falar do primeiro parágrafo, quando destaquei a presença de torcedores fanáticos no comando de uma equipe, o que, como podemos ver, não vale só para o futebol.
É uma pena que uma escola competente e que leva alegria para o Sambódromo não carregue esta alegria consigo. Eu enxergo com total indiferença a "festa" que a Gaviões da Fiel faz no Carnaval todos os anos, porque eu tenho absoluta certeza que a festa mesmo eles só vão fazer com total entrega se o título for dado antes a ela. Desculpe-me quem desfila, e estes eu sei que vão de peito aberto para se divertir, mas a "alegria" proposta pela Gaviões no Sambódromo é algo forçado para chegar à única coisa que lhes interessa, a vitória. Sem isso e sem a garantia do primeiro lugar, eles não são felizes e nunca serão.
